Solidarize-SE entrega mais 962 cestas de alimentos para indígenas, quilombolas, associações e grupos profissionais

Trabalhadores de eventos, guias turísticos, povos de matriz africana, pacientes oncológicos e famílias em ocupações também receberam doações na capital e no interior do Estado. Somente nesta terceira etapa da Campanha, já foram distribuídas 3.826 cestas básicas para famílias sergipanas.

A caravana da Campanha Solidarize-SE segue entregando doações na capital e no interior do Estado. Na última semana (de 07 a 11 de junho), mais 962 cestas de alimentos foram entregues a entidades socioassistenciais, associações que reúnem povos e comunidades tradicionais e também a grupos profissionais. Os alimentos são destinados a famílias que estão em vulnerabilidade social e insegurança alimentar por conta da pandemia. Idealizada pelo Governo de Sergipe, a Campanha Solidarize-SE é articulada pela Vice-Governadoria do Estado (VGE) e executada pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), Instituto Banese e um amplo leque de parceiros da iniciativa privada, doações da sociedade e do empresariado sergipano.

“Esta Campanha não é do Governo de Sergipe. É de Sergipe para os sergipanos. Essa ação construída coletivamente tem feito a diferença na vida de muitas famílias, mas sabemos que os desafios e as necessidades ainda são imensos. Por isso, peço que as pessoas que puderem continuem ajudando. Ainda há muita gente enfrentando a fome em suas casas”, ressaltou a vice-governadora Eliane Aquino. A secretária de Estado da Inclusão, Lucivanda Nunes explica que as doações possuem um sistema de controle. “As doações são feitas para as entidades que, após a entrega, repassam para a SEIAS a relação com todos os recebedores das cestas, com nome e CPF. Essa prestação de contas é importante para todos os parceiros envolvidos e para a sociedade sergipana”, explicou.

ALIMENTO PARA QUEM PRECISA
Na segunda (7), guias de turismo receberam 50 cestas com a entrega ao Sindicato dos Guias de Turismo de Sergipe – Singtur, por intermédio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur). No mesmo dia, o Fórum Sergipano das Religiões Tradicionais de Matriz Africana recebeu mais 150 cestas para as famílias assistidas. Já na terça-feira (8), as mulheres com câncer de mama atendidas pela entidade Mulheres de Peito receberam mais 50 cestas de alimentos; e outras 80 cestas foram entregues à Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Lamarão, em Aracaju, que destinará para famílias de 100 crianças de 0 a 6 anos atendidas nas atividades da Pastoral da Criança. “É a segunda vez que recebemos a doação e é muito importante. Quem conhece as famílias carentes da comunidade, sabe disso. E eu conheço todas de perto”, relata a coordenadora da paróquia, Lucia Rodrigues.

Presidente do Singtur, Irma Karla pontuou que há guias de turismo sem trabalhar há quase dois anos e que essa a entrega desses alimentos é muito importante. “Iniciou com o óleo nas praias, que impediu que muitos visitassem o nosso estado. Logo em seguida aconteceu a pandemia, assolando o mundo inteiro. Com isso, os guias estão sem trabalhar desde aquela época e muitos enfrentam dificuldades”, relatou. Já para a Iyalorixá Lígia Borges, que é coordenadora do Fórum de Religiões de Matriz Africana, a chegada da pandemia também agravou ainda mais a situação de quem já enfrentava severas dificuldades. “Nosso povo é o que mais sofre, seja com ou sem pandemia. Se cada um doar um pouquinho, a gente consegue amenizar a fome no país. Doar é um ato solidário, importante e necessário”, disse a Iyalorixá.

A última terça também contou com exemplo de união de entidades que se somam à corrente solidária, a exemplo da Central Única das Favelas de Sergipe (CUFA/SE), que na semana passada havia recebido 500 cestas da Campanha, e solidariamente repassou 150 cestas básicas para a Associação União dos Profissionais da Área de Eventos de Sergipe (ASSUPE). “Trabalhadores envolvidos na promoção de eventos, das áreas artística e técnica e também de buffet, estão há um ano e quatro meses sem atividade profissional. Uma situação difícil por conta da pandemia. Essa associação foi criada em setembro e, de lá pra cá, a gente vem lutando em busca de soluções para a nossa classe”, disse o presidente da ASSUPE, Sandro Oliveira.

QUILOMBOLAS E INDÍGENAS
Comunidades quilombolas do interior de Sergipe também receberam a caravana da Solidarize-SE, na quarta-feira (9). Em Lagarto, centro-sul sergipano, 150 cestas foram levadas para famílias do povoado quilombola Campo dos Crioulos e da região. A representante da Associação dos Moradores do povoado Campo do Crioulo e adjacências, Bárbara da Costa Santos, explica como se dará a distribuição dos alimentos: “As 150 cestas serão distribuídas para nossa comunidade Campo do Crioulo e também para as comunidades Madanela, Pindoba e Saco do Tigre. Agradecemos ao Governo do Estado e à sociedade por estar olhando cada pessoa que está passando necessidades na pandemia. Por estar nos ajudando nesse momento tão difícil e contribuindo com essa grande ajuda”, declarou.

Já em Indiaroba, no litoral sul sergipano, as comunidades quilombolas ribeirinhas receberam 150 cestas básicas através da entrega para a Associação Remanescente Quilombola do Povoado de Desterro. O presidente Joelson Felix da Cruz conta que a pandemia dificultou a venda dos pescados. “Vivemos da pesca e ficou bem mais difícil vender mariscos e ir para as feiras. Tivemos que diminuir o pessoal para não nos aglomerar e cuidar um do outro. As cestas chegaram numa boa hora. Por aqui poucas pessoas tem emprego, pois vivemos da pesca, mas é muito instável. Estamos gratos pela Campanha Solidarize-SE vir até aqui e olhar pra gente e ajudar na nossa alimentação. Toda ajuda é muito bem-vinda”, afirmou Joelson, representante da associação quilombola.

Na quinta-feira (10), foi a vez da Comunidade Indígena Xocó, residente na Ilha de São Pedro, no município de Porto da Folha, receber 150 cestas básicas. Os alimentos irão beneficiar 400 famílias, de acordo com o Cacique Bá Lucimário Apólio Lima. “Somos muito gratos a todos que fazem essa Campanha por termos recebido essas doações nesse momento tão difícil. É muito importante para todos nós da comunidade Xocó”. O coordenador técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai) na Comunidade Indígena Xokó, Josinaldo Ribeiro, ressaltou a importância dos alimentos para essas famílias. “Quero agradecer essa ajuda, que é de grande serventia para a comunidade. Como os alimentos estão subindo de preço, toda ajuda é muito bem vinda”.

A vulnerabilidade das comunidades tradicionais foi evidenciada pela referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais e População Negra da SEIAS, Iyá Sônia Oliveira, que entregou as cestas básicas. “A Solidarize-se atinge os municípios do interior de Sergipe e nós da SEIAS já temos realizado um trabalho junto com as comunidades tradicionais desse Estado. São comunidades que, mesmo em tempos não pandêmicos, estão sempre abaixo do índice da pobreza, e contam com Programas de Governo específicos. Então, esse olhar da Campanha para elas ainda permanece e reforça a necessidade de sempre estarmos aqui, trazendo serviços e levando a Campanha para onde as coisas não chegam com tanta facilidade”, reforçou a referência estadual, Iyá Sônia.

Na sexta-feira (11), mais 262 cestas básicas foram entregues. Foram beneficiadas famílias de alunos que integram o Projeto Orquestra Jovem, com 82 cestas, e das ocupações Valdice Teles, com 100 cestas, e João Mulungu, com 80 cestas. Para Luciana Barbosa, coordenadora da ocupação Valdice Teles, os alimentos serão muito bem aproveitados. “Além de direcioná-los para os companheiros da ocupação, vamos também deixar uma parte na cozinha comunitária, que é onde fazemos o almoço e o jantar de todos. Com toda certeza esses alimentos chegam em muito boa hora para todos nós, porque sabemos como conseguir um trabalho está difícil, principalmente em um momento de pandemia”, comemorou.

Para Eder Getirana, coordenador do projeto Orquestra Jovem, que trabalha noções de musicalização e o ensino de instrumentos musicais para crianças e adolescentes residentes no bairro Santa Maria, em Aracaju, a iniciativa dos realizadores da Solidarize-SE é de extrema importância neste momento. “A campanha Solidarize-SE entregou hoje 82 cestas básicas para familiares dos nossos alunos e nós entendemos que essas cestas de alimentos, na verdade, se traduzem em esperança e alento neste momento de tantas dificuldades que as famílias em geral passam, sobretudo as que tem uma maior vulnerabilidade”, ponderou.

SOLIDARIZE-SE
A Campanha Solidarize-SE existe há cerca de um ano com o propósito de arrecadar alimentos, material de higiene e limpeza, e itens de proteção contra a Covid-19. Somente nesta terceira etapa, já foram distribuídas 3.826 cestas básicas para famílias sergipanas. Todos podem contribuir, seja por meio de transferência bancária para a Conta Corrente Banese (Agência: 043, Conta corrente: 03/103.957-3) ou através da Chave Pix: 10.645.538/0001-07 (CNPJ do Instituto Banese). É possível, ainda, conferir todos os pontos de arrecadação em www.inclusao.se.gov.br/solidarize-se.

Em sua terceira etapa, a campanha conta com o engajamento coletivo do Fórum Empresarial de Sergipe, Associação Sergipana de Supermercados (Ases), Sindicato Atacadista e Distribuidor de Sergipe (Sincadise), Sindicato do Comércio Varejista (Sincovese), Grupo Maratá, Grupo FaSouto, Central Única das Favelas (Cufa Sergipe), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Ministério Público Estadual (MP/SE), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) de Sergipe, Serviço Social do Comércio (SESC), TV Atalaia e TV Sergipe.

As entregas de alimentos realizadas até o momento foram possíveis graças à grande rede de solidariedade que se formou. Além dos parceiros acima, a Solidarize-SE contou com doações da Usina Pinheiro; do Megga Atacadista; do empresário Milton Andrade; do Sergipetec; da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), por meio da empresa Niltek; e de servidores da Superintendência Especial de Comunicação (Supec), da Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seias) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

| Fotos: Alanna Molina, Danillo França, Fernando Augusto e Pritty Reis

Última atualização: 15 de junho de 2021 09:02.

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